lunes, 1 de noviembre de 2010

Peste se propagou pelo mundo há 2.000 anos a partir da Ásia, diz estudo



Análise de bactérias permitiu reconstituir origem geográfica da doença.
Pesquisa foi publicada no site da revista científica 'Nature Genetics'.

Da France Presse
A peste se propagou pelo mundo há mais de 2.000 anos a partir da Ásia, segundo uma equipe internacional que conseguiu fazer a reconstituição de sucessivas ondas epidêmicas através da história. O estudo foi publicado no site da revista científica Nature Genetics - um resumo pode ser visto aqui (em inglês).
As informações colhidas a partir da análise de bactérias e de uma coleção única de quase de 300 cepas (tipos genéticos) permitiram aos cientistas reconstituir a origem geográfico da doença, sua idade e dispersão em sucessivas ondas epidêmicas.
A peste é letal quando não é tratada. O agente infeccioso é a bactéria Yersinia pestit, cujo reservatório natural é essencialmente composto de roedores. A transmissão acontece por meio de picadas de pulgas.
Segundo o Museu Nacional de História Natural/CNRS da França (MNHN), os resultados significam que a peste surgiu na China há mais de 2.600 anos. Alemanha, China, Grã-Bretanha, Madagascar e Estados Unidos também participaram nas pesquisas.
A partir desta região se expandiu em seguida para a Europa Ocidental através da rota da seda (iniciada há mais de 600 anos), para a África (sem dúvida importada no continente pelo navegador Zheng He no século 15) e mais tarde para a América do Norte e Madagascar, no fim do século 19.
Os dados moleculares permitiram reconstituir com uma precisão surpreendente a chegada da peste aos Estados Unidos via China e Havaí. O micro-organismo apareceu nos portos de São Francisco e Los Angeles e, de lá, surgiu no interior do território norte-americano. Os trabalhos demonstraram sobretudo que o conjunto das sucessivas ondas epidêmicas partiu da Ásia Central e da China.
Entre 1347 e 1351, a peste negra, que se expandiu através da Ásia, Europa e África, pode ter reduzido a população mundial de 450 a 350 milhões de pessoas, segundo o University College Cork, na Irlanda.

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