Dispersão é 'conquista cognitiva', mas tem um custo emocional, diz estudo.
Trabalho de psicólogos da Universidade Harvard foi publicado na 'Science'.
Talvez você deva ouvir os conselhos daquele professor de ioga, que sempre diz que é necessário concentrar-se no momento. Um estudo divulgado nesta quinta-feira (11) nos Estados Unidos sugere que as pessoas gastam quase metade do tempo imaginando que gostariam de estar em algum outro lugar ou fazendo alguma outra coisa, e essa perpétua dispersão da mente as torna infelizes.
"A mente humana é uma mente dispersa, e uma mente dispersa é uma mente infeliz", escrevem os psicólogos Matthew Killingsworth e Daniel Gilbert, da Universidade Harvard, na revista científica Science.
"A habilidade de pensar sobre o que não está acontecendo no momento é uma conquista cognitiva, mas tem um custo emocional", destacam.
A pesquisa acompanhou 2.250 pessoas através de seus iPhones. Um aplicativo foi instalado para perguntar aos voluntários "o quanto felizes estão, o que estão fazendo no momento e se estão pensando sobre a atividade que estão realizando ou sobre qualquer outra coisa - e, neste caso, se é um pensamento agradável, neutro ou desagradável".
A pergunta aparecia na tela dos iPhones em intervalos irregulares.
Quando os resultados foram computados, os cientistas constataram que a mente das pessoas estava divagando 46,9% do tempo.
Sexo, exercícios e papo
Os voluntários declararam-se mais felizes quando faziam sexo, se exercitavam ou tinham uma conversa. Por outro lado, descreveram maior infelicidade quando usavam o computador em casa, descansavam ou trabalhavam.
Os voluntários declararam-se mais felizes quando faziam sexo, se exercitavam ou tinham uma conversa. Por outro lado, descreveram maior infelicidade quando usavam o computador em casa, descansavam ou trabalhavam.
Ao examinar as respostas dadas pelos voluntários quando suas mentes divagavam, os psicólogos descobriram que "apenas 4,6% da felicidade das pessoas em um determinado momento é atribuível à atividade específica que ele ou ela está desempenhando, ao mesmo tempo em que o estado de divagação de uma pessoa corresponde a cerca de 10,8% de sua felicidade".
O estudo indica que "análises de intervalo causa-efeito" apontam que "a mente divagante dos voluntários é geralmente a causa, e não a consequência, de sua infelicidade".
Os voluntários tendem a ter mais foco no presente e são menos propensos à dispersão durante o sexo, segundo a pesquisa. Ao realizar qualquer outra atividade, as mentes divagam pelo menos 30% do tempo.
De acordo com os pesquisadores, 74% dos voluntários são americanos, oriundos de "um amplo espectro de cenários socioeconômicos e profissões".
"A divagação da mente é um excelente prognóstico da felicidade das pessoas", concluiu Killingsworth. "O estudo mostra que nossa vida mental é permeada, em um nível significativo, pelo não presente".
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