lunes, 20 de junio de 2011

Médicos formados fora do Brasil não conseguem trabalhar

Jovens brasileiros estudam medicina em universidades de países vizinhos, onde a mensalidade é mais barata, mas, na volta ao Brasil, não conseguem registro para trabalhar.

São as histórias de milhares de estudantes brasileiros que buscam em faculdades de países vizinhos a realização de um sonho: virar médico. Eles sofrem com a distância das famílias, com a falta de dinheiro e de conforto. Quando voltam ao Brasil, formados, ainda têm que enfrentar mais um drama. A reportagem é de Eduardo Faustini.

Na classe de uma faculdade de medicina na Bolívia em dia de prova, apenas um aluno era boliviano. Todos os outros eram brasileiros.

“Só na minha faculdade, podemos falar em seis mil estudantes brasileiros em Cochabamba, Santa Cruz e Cobija”, afirma o vice-reitor da Universidad Técnica Cosmos (Unitepc), José Teddy.


Por que tanta gente está estudando medicina fora do Brasil? A resposta está na ponta da língua de todo aluno. “É bem mais fácil, a gente não tem vestibular”, declara Michel Mendonça, estudante sul-mato-grossense. “A gente vai pagar, mais ou menos, seis vezes menos do que se pagaria no Brasil”, afirma Pedro Adler, esutdante acreano.

As mensalidades dos cursos de medicina privados no Brasil variam de R$ 2,5 mil a R$ 6 mil. Em uma faculdade de Cobija, fronteira da Bolívia com o Brasil, custa pouco mais de R$ 500.

“Meus pais não têm condições financeiras de pagar e nem para me ajudar. Se eu tivesse condições, provavelmente eu estaria fazendo no Brasil. Eu sempre quis fazer medicina, acho que desde que eu me entendo por gente. Então, eu decidi vir para cá”, conta Antônia Maria Cândido, estudante acreana.

Para se manter em Brasiléia, no Acre, a poucos quilômetros da faculdade boliviana, Antônia trabalha como manicure e garçonete.

O Brasil é o segundo país com maior número de escolas de medicina, só perde para a Índia. No Brasil, são 180 faculdades de medicina, todas com vestibular.

“Eu tive que estudar por conta própria. Passei em algumas faculdades lá, mas não em medicina. Por isso, eu me arrisquei tudo vindo aqui”, diz Anderson Figueiredo, estudante carioca.

Anderson saiu do Rio para estudar medicina e morar em um em Cobija, na Bolívia. “Não fico muito aqui, porque é apertado e quente. É horrível ficar muito tempo aqui. Não tem uma cozinha, não posso te oferecer uma água, porque a água é quente. Então, eu tento passar o máximo de tempo na faculdade”, conta. “Fiquei dois dias com bala de hortelã no estômago. Não tinha dinheiro para o almoço, nem para o lanche. Espero que eu consiga continuar”.

No Brasil, medicina costuma ser o curso mais caro nas universidades e, muitas vezes, o mais concorrido.

“Eu tinha vontade de ser médico. Era um sonho, mas não tinha condições, porque meu estudo foi muito fraco. E uma faculdade particular, eu não tenho condições de pagar. Eu trabalho na área de saúde desde os meus 18 anos. Eu ingressei através da minha mãe que é auxiliar de enfermagem, que me colocou cedo na área de saúde. Comecei a trabalhar cuidando de idoso”, conta Lucas Rodrigues, estudante mineiro.

Lucas divide a casa em Brasiléia e o sonho de virar médico com a prima e namorada Naruanna Cristina Rodrigues, também de Minas Gerais. “A gente se arruma, vai para a faculdade, volta a pé no sol quente, e estuda bastante”, diz a jovem.

“Minha mãe trabalha para me passar o dinheiro todo mês, e eu estou aqui correndo atrás. Hoje, minha mãe está trabalhando 36 horas seguidas”, revela Lucas.

“Eu saio daqui às 7h, trabalho 12 horas. Saio de um trabalho, vou para outro e trabalho mais 12 horas. Aí, retorno para o outro do dia para trabalhar mais 12. Hora nenhuma, eu me sinto abatida, com medo, de nada. Eu vou dar conta até ele se formar”, afirma Maria José Rodrigues, mãe de Lucas.

Todo o dinheiro que a mãe de Lucas ganha cuidando de idosos, em Uberlândia, Minas Gerais, ela manda para o filho. “Eu não mexo no meu salário, não posso, não compro um pão com ele”, diz Maria José.

Para seu sustento, sobra o rendimento da venda de balas de coco. “Eu faço de seis a oito quilos por noite. Noite sim, noite não, fazendo bala de coco gelada. Ainda bem que é bem aceita. Você faz e vende tudo, é uma beleza, ajuda muito no orçamento”, conta a mãe do estudante.

O dinheiro para Naruanna vem das aves ornamentais que seus pais criam no quintal para vender. Eles também fazem de tudo para ajudar a filha.

Maria Cristina Ribeiro Goes, mãe de Naruanna: Se precisar vender a casa e o carro, a gente vende.
Naruanna Cristina Rodrigues: A minha mãe até escreveu umas cartas para o Lula, contando nossas dificuldades.
Maria Cristina Ribeiro Goes, mãe de Naruanna: Aí entrou a Dilma, e eu continuei escrevendo para a Dilma. Expliquei a dificuldade que eles estavam passando lá, que estava sendo muito difícil, o calor que eles estavam enfrentando, o dinheiro, a situação financeira.

“A gente fala 'o Lucas está passando dificuldade, está passando necessidade'. Eu tenho tanta vontade de me formar, de me tornar médico, que eu não vejo por esse lado. O que me deixa mais inseguro é saber: amanhã, se eu formar na Bolívia, qual que vai ser minha aceitação no Brasil?”, comenta Lucas.

Ter um diploma estrangeiro de médico não dá o direito de exercer a profissão no Brasil. Não importa se o curso foi na Bolívia ou na Suíça, é preciso passar por uma revalidação de diploma, um processo longo, difícil e caro.

“Tem prova, viagem, o que eu estou gastando com advogado que está assessorando, que tem um valor, o valor da faculdade, o valor da moradia aqui”, declara André de Almeida, formado no Paraguai. “Eu acho que chegaria em torno de uns R$ 100 mil”, diz Guilherme Junqueira Santos, formado em Cuba. “Já tem quatro anos que eu estou tentando isso”, declara Cíntia Brandão Freire, formada na Argentina.

Em uma faculdade particular, em Caratinga, Minas Gerais, os recém-formados fazem um curso de complementação, de aulas que não tiveram no exterior. Há ainda as provas que, pelas regras atuais, só podem ser dadas por universidades federais. O índice de aprovação costuma ser baixíssimo. Em quatro federais que recentemente receberam entre 200 e 400 inscritos cada, nenhum foi aprovado. Na Federal de Minas Gerais, no ano passado, de 100 inscritos, apenas 11 conseguiram passar na prova.

“Eu já fiz a prova várias vezes. E, muitas vezes, foram injustas as provas”, critica Cintia. “As provas têm um caráter, um nível superior ao de um graduando. São provas para especialistas. Eu acho injusto o processo de revalidação de diploma no Brasil”, aponta Diógenes Freire, formado na Bolívia.

Com o número de formados fora do Brasil aumentando e, junto com ele, as reclamações de que o sistema de revalidação dos diplomas é injusto, o governo decidiu fazer uma prova em Brasília no ano passado. Mas, novamente, houve reprovação em massa: 628 inscritos e apenas dois aprovados.

“O número alto de reprovações se deveu a dois motivos. Em primeiro lugar, candidatos que tinham um preparo inadequado, e em segundo lugar houve um exagero na nota de corte, na nota mínima para a aprovação”, comenta o secretário do Ministério da Saúde, Milton de Arruda Martins.

Para este ano, o governo promete a implantação de um novo sistema: uma prova única, aplicada em vários pontos do Brasil. “Ele vai ter um nível adequado para a avaliação se o médico tem condição de atender à população. Existem médicos que vêm do exterior com uma formação muito boa e médicos com uma formação muito fraca”, afirma o secretário do Ministério da Saúde.

“Tem que ter um critério de avaliação, porque nós fomos lá fora e eles não sabem o que nós demos lá. Eu sei, mas as pessoas não sabem”, diz Lindalva Lacerda Lessa, formada na Bolívia.

O doutor Edson Braga Rodrigues se formou na Bolívia. “Passei dois anos, praticamente dois anos sem CRM, sem poder exercer porque não tinha CRM”, conta.

Ele fez a prova de revalidação em três universidades federais e passou na última. Hoje, é diretor clínico do Hospital de Brasiléia. “Eu acredito que a formação depende de cada um. A oportunidade dos jovens mais carentes terem uma formação em medicina é essa, é procurar as faculdades da América Latina. O meu caso é um. Eu não teria condições de me formar no Brasil”, revela Dr. Edson.

“A gente foi formado para ajudar o próximo. Nós estamos na medicina, que nos fez ir para outro país distante, para ajudar o próximo. A gente quer somente isso, não quer coisa de outro mundo, quer trabalhar”, declara Diógenes.

Só com o diploma revalidado, é possível conseguir o CRM, o registro em um dos conselhos regionais de medicina, que permite o exercício da profissão no Brasil.

“Quando você está estudando, tudo é um sonho, tudo é alegria, tudo é bonito. Você está estudando medicina”, afirma um homem, formado em medicina na Bolívia, que tenta há dois anos revalidar seu diploma. Para pagar os custos das várias tentativas, dá plantões em hospitais no interior da Bahia, clandestinamente.

“Geralmente são plantões de fim de semana. Você vai trabalhar naquela cidade. Amanhã, já vai para outra cidade. O preço é o que eles pagam. Se normalmente é R$ 1 mil de um médico que tem CRM. Para os médicos sem CRM, é em torno de R$ 500”, diz o homem.

Ele trabalha para empresas que se definem como cooperativas e oferecem mão-de-obra médica aos hospitais. “Se der qualquer problema com pacientes, se der qualquer problema jurídico, o que a cooperativa diz é que não sabia que você não tinha CRM. Ou seja, lava as mãos. Mas ela sabe”, afirma.

Para assinar receitas, atestados, o homem usa um CRM falso. “Você entra no site do Conselho Regional de Medicina, você vai procurar um médico que tenha mais ou menos a sua idade. Esse é o grande problema, porque você pode ser preso, primeiro, por ser falso médico, e segundo por falsidade ideológica”, declara.

Nos últimos anos, a polícia prendeu médicos sem CRM nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Bahia, Sergipe, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.

No início do ano passado, Edilson Bezerra da Silva, de 29 anos, foi preso no pronto-socorro de Ponta Grossa, no Paraná. Com diploma boliviano, ele usava o CRM de um médico de Curitiba. “Ele está respondendo pelo exercício ilegal da medicina e pela falsidade ideológica”, declarou o delegado Jairo Luiz Duarte Camargo.

O dono da empresa que ofereceu o serviço do falso médico para o hospital também foi preso. Hoje, os dois estão soltos, mas respondem a processo na Justiça.

O Brasil tem 347 mil médicos e forma 13 mil novos por ano. “O governo brasileiro considera que o número de médicos existente no Brasil é inadequado. Existe a necessidade de formar mais médicos, só que esses médicos têm que ser formados com qualidade, com responsabilidade”, afirma o secretário do Ministério da Saúde, Milton de Arruda Martins.

O Conselho Federal de Medicina discorda, acha que o Brasil já tem médicos suficientes. “O que nós temos não é falta de médico. Nós entendemos que existe uma distribuição inadequada”, declara o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Carlos Vital Correa Lima.

Enquanto na cidade de São Paulo, existe um médico para cada 240 habitantes, no Acre, há um para cada 980, uma média comparável a países africanos.

Para fazer medicina na Bolívia, Nadjele Ferreira dos Santos e Raíssa Mendes Miranda deixaram as famílias em Nova Mamoré, no interior de Rondônia. O pai de Nadjele é açougueiro, o de Raíssa, taxista.

Foi com muita relutância que Hamilton deixou Raíssa ir para outro país com 17 anos. “Vou completar 18 anos aqui, sozinha, longe de casa. É difícil, mas para realizar um sonho a gente faz qualquer coisa”, diz a estudante acreana.

“Eu tenho que levantar às 5h, saio de carro e não sei que a horas chego, porque eu pago prestação de carro, eu pago a faculdade dela, despesa de casa e não tenho outra renda”, declara Hamilton Mendes, pai de Raíssa.

Quando formadas, as duas amigas querem trabalhar em Nova Mamoré. “todos os pais têm um sonho de ver o filho formado. Meu sonho é fazer pediatria”, revela a estudante Nadjele.

“Aqui não tem esse tipo de médico. Falta tudo. Ontem mesmo, um menino meu ficou meio doente, e nós levamos no pronto-socorro, não tinha nenhum médico ali. Aí eu lembrei, minha menina está no caminho certo”, declara Valdir Santos, pai de Nadjele.

“Eu tenho um sonho de ser geriatra, para trabalhar cuidar de idoso”, afirma Lucas. “No meu consultório, vai ter uma plaquinha: dona Naruanna Cristina Rodrigues e doutor Lucas Rodrigues”, aponta Naruanna. “O Lucas vai ser médico, toda vida eu soube disso”, declara a mãe do estudante.

Para o carioca Anderson, o sonho de ser médico acabou. Há dez dias, ele voltou para o Brasil. “O que mais me fez desistir é que eu sei que quando sair dali a luta vai continuar maior para conseguir exercer no Brasil”, revela. 

viernes, 17 de junio de 2011

índice glicêmico


índice glicêmico foi desenvolvido por Jekins e cols. (1981), a partir da comparação dos efeitosfisiológicos de alimentos contendo carboidratos em relação à sua composição química (CARVALHO; ALFENAS, 2008). Por definição, este consiste na medida in vivo do impacto relativo de alimentos contendo carboidratos sobre a concentração plasmática de glicose.

O índice glicêmico (IG) é medido por meio da divisão da área sob a curva de resposta glicêmica, duas horas após o consumo de uma porção de alimento teste contendo 50g de carboidrato, pela área sob a curva da resposta glicêmica correspondente ao consumo da mesma porção de carboidratos do alimento referência. Esse valor é expresso em porcentagem e reflete o comportamento de cada alimento quanto à sua velocidade de digestão e absorção e a resultante resposta glicêmica. Os alimentos que provocam maior resposta apresentam elevado IG, enquanto aqueles com menor resposta apresentam menores valores de IG (DIAS e cols., 2010).
Tanto o pão branco quanto a glicose podem ser utilizados como alimento padrão para a determinação do IG. Entretanto, devido às variações na composição do pão entre países ou mesmo entre as cidades dentro de um mesmo país, convencionou-se que a utilização da glicose anidra seria a mais recomendada.
Logo após sua criação, este índice passou a ser considerado como importante ferramenta no tratamento e no controle do diabetes mellitus, sendo sua utilização também sugerida para pacientes com doenças cardiovasculares ou risco de desenvolvimento das mesmas, uma vez que a redução da glicemia e da insulinemia pós-prandial é desejável no controle e prevenção de tais doenças (CARVALHO; ALFENAS, 2008).
Alguns autores constataram que dietas de alto IG apresentam menor poder de saciedade, resultando em excessiva ingestão alimentar e favorecendo o aumento do peso corporal. Além disso, o consumo de tais alimentos parece desencadear uma sequência de eventos hormonais, que limita a disponibilidade de combustível metabólico no período pós-prandial, levando à fome e à ingestão alimentar excessiva. Por outro lado, a ingestão de alimentos de baixo IG pode diminuir a secreção de hormônios contra- regulatórios  proteolíticos como o cortisol, hormônio do crescimento e glucagon, estimulando a síntese proteica. Estudos indicam ainda que seu consumo tende a aumentar o teor de massa magra e diminuir, significativamente, o teor de massa gordurosa corporal (GUTTIERRES; ALFENAS, 2007).
Alguns estudos sugerem que a ingestão de uma refeição contendo alimentos de baixo IG pode favorecer a oxidação de lipídeos durante a realização de exercíciocicloergométrico e corridas em relação aos alimentos de alto IG. Verificou-se que o consumo de uma refeição contendo alimentos de baixo IG, três horas antes de uma corrida (intensidade de 70% do consumo máximo de oxigênio), proporcionou maior estabilidade glicêmica e insulinêmica quando tal exercício foi realizado até a exaustão (COCATE e cols., 2010).
Existem ainda autores que apontam o índice glicêmico como não fidedigno, visto que o mesmo não considera as porções reais consumidas por um individuo (SAMPAIO e cols., 2007) e que seu valor pode ser influenciado por uma série de fatores, como a motilidade intestinal, a secreção de insulina, a proporção entre os carboidratos ingeridos (amilose ou amilopectina), o teor de fibras emacronutrientes que compõem os alimentos da refeição, o grau de processamento do grânulo de amido, o método e o tempo de cocção. Assim, a interação entre todos esses fatores pode alterar drasticamente os valores de IG previstos para os alimentos ingeridos em determinadas refeições, o que dificulta a aferição dos reais benefícios da utilização de tal parâmetro.
Na tentativa de minimizar os erros causados pela variação da quantidade de carboidratos consumidos em cada refeição, foi introduzido o conceito de carga glicêmica (CG). Este é derivado do índice glicêmico e leva em consideração a quantidade do carboidrato ingerido (CARVALHO; ALFENAS, 2008). A carga glicêmica quantifica o efeito total de uma quantidade de carboidrato sobre a glicose plasmática, representando o produto do IG de um alimento pelo seu conteúdo de carboidrato disponível. Assim, o conceito de CG envolve tanto a quantidade como a qualidade do carboidrato ingerido, o que a torna mais relevante que o IG quando o alimento é avaliado isoladamente (SILVA e cols., 2009). Vale ressaltar que o IG e a CG diários correlacionam-se de maneira diretamente proporcional, o que revela a importância da consideração de ambos durante a abordagem nutricional.
ClassicaçãoIG do alimento (%) CG do alimento (g)CG diária (g)
Baixo ≤ 55≤ 10< 80
Médio 56 a 59 11 a 19 -
Alto ≥ 70 ou mais≥ 20 >120

O debate acerca da utilidade clínica do IG tem como alicerces a aplicabilidade do mesmo em refeições mistas, a variabilidade inter e intraindividual da resposta glicêmica, a percepção da complexidade atribuída ao conceito de IG e o receio de que este possa limitar as escolhas alimentares e ser interpretado erroneamente pelos pacientes (SAMPAIO e cols., 2007). Estudos revelam que o cuidado nutricional terá maiores possibilidades de trazer efeitos benéficos à saúde mediante o uso das medidas supracitadas, entretanto, ainda são necessárias outras pesquisas que confirmem a eficácia e aplicabilidade das mesmas.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CARVALHO, G. Q.; ALFENAS, R. C. G. Índice glicêmico: uma abordagem crítica acerca de sua utilização na prevenção e no tratamento de fatores de risco cardiovasculares. Revista de Nutrição, Campinas, v. 21, n. 5, 2008.

COCATE, P. G. e cols. Efeito do índice glicêmico no gasto energético e utilização do substrato energético antes e depois do exercício cicloergométrico. Revista de Nutrição, Campinas, v. 23, n. 6, 2010.
DIAS, V. M. e cols. Influência do índice glicêmico da dieta sobre parâmetros antropométricos e bioquímicos em pacientes com diabetes mellitus tipo1. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v. 54, n. 9, 2010.
FAYH, A. P. T.; UMPIERRE, D.; SAPATA, K. B.; NETO, F. M. D.; OLIVEIRA, A. R.; Efeitos da ingestão prévia de carboidrato de alto índice glicêmico sobre a resposta glicêmica e desempenho durante um treino de força. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, v. 13, n.6, 2007.

GUTTIERRES, A. P. M.; ALFENAS, R. C. G. Efeitos do índice glicêmico no balanço energético. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v. 51, n. 3, 2007.
SAMPAIO, H. A. C. e cols. Índice glicêmico e carga glicêmica de dietas consumidas por indivíduos obesos. Revista de Nutrição, Campinas, v. 20, n. 6, 2007.
SILVA, F. M. e cols. Papel do índice glicêmico e da carga glicêmica na prevenção e no controle metabólico de pacientes com diabetes melito tipo 2. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São Paulo, v. 53, n. 5, 2009. 

sábado, 11 de junio de 2011

E. coli: vieja asesina en América Latina


E. coli
La bacteria es una combinación de dos cepas.
Un brote de una cepa letal de laEscherichia coli o E. coli está causando serios daños en Europa, con más de 1.700 casos de contagio y 17 personas muertas.
Los científicos están tratando con urgencia de encontrar la fuente de contagio de este patógeno letal que en unos días ha causado también pérdidas millonarias en la industria agrícola y de alimentación.
En el resto del mundo sin embargo, específicamente en países de Asia, África y América Latina, varias cepas de este microorganismo son viejas conocidas.

Vieja conocida

"El problema de la E. coli es un problema global" explica a BBC Mundo el doctor Alfredo Torres, profesor asociado de la Universidad de Texas, en Galveston, y coordinador de la Red Latinoamericana de Investigación en Escherichia coli.
"Hay diferentes categorías que causan brotes epidémicos alrededor del mundo, especialmente en América Latina, Asia y África"
"Y el número de estos brotes epidémicos y de muertes, especialmente de infantes en estos países, es constante", agrega el experto.
La bacteria E. coli es una de las principales causas de infecciones grastointestinales en niños menores de cinco años en el mundo en desarrollo y se calcula que un 7% de la población infantil de estas regiones muere a causa de la diarrea provocada por estas enfermedades.
Los que sobreviven una infección severa de diarrea en la infancia quedan por lo general con una secuela de malnutrición y complicaciones digestivas por el resto de su vida.
"Lo que esta pasando ahora es un ejemplo calro de que diferentes categorías de E. coli pueden recombinar su material genético y pueden adquirir material que las puede hacer más patogénicas"
Dr. Alfredo Torres
Según la Organización Mundial de la Salud, la diarrea -que es el principal síntoma de una infección gastrointestinal- mata cada año en el mundo en desarrollo a 2,2 millones de personas, 1,5 millones de éstas son niños menores de cinco años.
Aunque estas infecciones pueden ser provocadas por virus y parásitos, una de las principales causas es alguna variante de la bacteria E. coli, principalmente la E. coli enterotoxigénica o ETEC.
La OMS calcula que la E. coli ETEC provoca 200 millones de casos de diarrea cada año en estas regiones del mundo.
Y a pesar de ser una causa extremadamente importante de diarrea en el mundo en desarrollo -agrega el organismo- las infecciones de E. coli ETEC no han sido suficientemente reconocidas.
"Si buscamos un aspecto positivo es que muchas veces tienen que pasar estos brotes epidémicos en algunos países europeos para que se preste atención al grave problema que es la Escherichia coli en el mundo en desarrollo" dice el doctor Torres.

Falta de higiene

La infección es causada principalmente por la ingestión de agua y alimentos contaminados que provocan eventos severos de diarrea que pueden durar varios días.
Si la diarrea no se trata puede ser letal debido a la pérdida de fluidos, principalmente en los niños.
La infección también suele propagarse de una persona a otra debido la falta de higiene personal o la carencia sistemas básicos de sanidad.
Y los alimentos también pueden ser una de las principales fuentes de contagio cuando son preparados o almacenados en condiciones no higiénicas.
"En Argentina hay brotes epidémicos constantes de E. coli" explica el doctor Torres.
"En particular de un tipo especial de la bacteria llamada 0157 H7, un tipo enterohemorrágico productor de toxinas".
Estas cepas más peligrosas de la E. coli producen una toxina llamada Shiga que es liberada en el intestino y produce una severa complicación, con insuficiencia renal, convulsiones y muerte, llamada síndrome umérico hemolítico (SUH), que se está viendo ahora en Alemania.
"Argentina es el país de la región donde hay el mayor número de pacientes que desarrollan el SUH. Por eso la bacteria es un problema grave en ese país" explica Alfredo Torres.

Combinación de cepas

Código genético de la E. coli 0104
El bacteriólogo Holger Rohde con el código genético de la cepa 0104.
Según el experto, el problema ahora es que es la primera vez que una cepa de este tipo produce un brote epidémico como el que se está observando en Europa.
La cepa que está causando este brote, explica, es una combinación de cepas.
"Es un 'mundo perfecto' de infección porque ahora se combinaron dos cepas patógenas en una sola", dice el doctor Torres.
"Lo que esta pasando ahora es un ejemplo claro de que diferentes categorías de E. coli pueden recombinar su material genético y pueden adquirir material que las puede hacer más patogénicas".
Y si esto ocurriera en América Latina, en Asia o África, dice el experto, sería devastador.
"En estas regiones no ha habido nunca un caso como éste de E. coli".
"Pero si en Alemania, donde se tiene el acceso más fácil a todos los servicios médicos se está luchando, podemos imaginar lo que ocurriría si esta cepa llegara a países donde no hay este tipo de facilidades. Sería sumamente grave" concluye el experto.

Aseguran que el brócoli previene y "mata" el cáncer

Científicos en Estados Unidos aseguran que el sulforafano, un compuesto que se encuentra en el brócoli y otras plantas crucíferas, no sólo posee propiedades anticancerosas sino también puede matar selectivamente a células cancerosas sin afectar a las células sanas.
Brócoli
Están demostradas las propiedades anticancerosas del sulforafano.
El hallazgo, dicen los científicos de la Universidad del Estado de Oregon, demuestra por primera vez que este compuesto es seguro y quizás podría utilizarse para desarrollar un tratamiento contra la enfermedad, particularmente cáncer de próstata y mama.
Estudios en el pasado habían demostrado que el sulforafano -que se encuentra en niveles concentrados en el brócoli, col, coliflor o repollo, nabo y otros crucíferos- es una de las sustancias fitoquímicas más ricas en nutrientes que se encuentran en los vegetales.
También se han empezado a comprobar los beneficios del sulforafano como compuesto anticanceroso y antimicrobiano.
Lo que no estaba claro, sin embargo, es si las cantidades necesarias para ofrecer beneficios a la salud son seguras para el ser humano.
"Sólo porque un compuesto fitoquímico o un nutriente se encuentra de forma natural en un vegetal, esto no siempre significa que es seguro" afirma la doctora Emily Ho, quien dirigió el estudio.
"Y mucho también depende de la forma como se consuma y de los niveles consumidos", agrega.

Combate selectivo

La doctora Ho y su equipo, que publican sus resultados en Molecular Nutrition and Food Research (Nutrición Molecular e Investigación Alimentaria), llevaron a cabo experimentos con ratones para probar la seguridad del sulforafano.
Estudios en el pasado habían demostrado que el sulfarano parece inhibir la actividad de un grupo de enzimas, llamadas enzimas histona deacetilasa o HDAC, involucradas en el desarrollo del cáncer.
"Sólo porque un compuesto fitoquímico o un nutriente se encuentra de forma natural en un vegetal, esto no siempre significa que es seguro. Y mucho también depende de la forma como se consuma y de los niveles consumidos"
Dra. Emily Ho
Este grupo de enzimas, explica la doctora Ho, tienen acceso al ADN y juegan un papel en la forma como se expresan algunos genes, incluidos los genes supresores tumorales, los cuales pueden reducir el riesgo de que una célula sana se transforme en una célula cancerosa.
Éste es uno de los mecanismos clave en el desarrollo de cáncer y las enzimas HDAC parecen ayudar a "encender" estos genes y restaurar el estado normal de las células.
En estudios llevados a cabo con ratones alimentados con una dieta rica en sulforafarano los científicos lograron disminuir el crecimiento de un tumor de próstata.
Y demostraron que el sulforafano logró dirigirse a las células cancerosas sin dañar a las células de próstata normales de los ratones.
"Estos resultados sobre la seguridad relativa del sulforafano en el tejido normal tienen una importancia clínica relevante para que el sulforafano pueda utilizarse en la clínica" afirman los científicos.
Actualmente se están llevando a cabo ensayos clínicos para probar la eficacia de este compuesto como tratamiento de cáncer de próstata y mama.
Los expertos subrayan sin embargo, que para aprovechar todos los beneficios que pueden obtenerse con las crucíferas, hay que comerlas crudas.
Un estudio publicado en Journal of Agriculture and Food Chemistry en 2009, demostró, sin embargo, que cuando se cocina el brocoli se reduce hasta 90% la cantidad de sulforafano del vegetal.
Según los investigadores "el consumo de brócoli crudo resultó en una mayor absorción, más biodisponibilidad y mayor cantidad de plasma de sulforafano comparado con el brócoli cocido".

viernes, 3 de junio de 2011

OMS diz que bactéria 'E. coli' pode ser passada de pessoa para pessoa


Cientistas não têm certeza de que vegetais sejam a origem do micróbio.

Organização diz que é cedo para saber se surto é passageiro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou nesta sexta-feira que a bactéria intestinalEscherichia coli pode ser transmitida de pessoa para pessoa através dos sedimentos ou por via oral.
"Este tipo de transmissão nos preocupa e, por esta razão, queremos que se reforcem as mensagens relativas à higiene pessoal", declarou a epidemiologista da OMS, Andrea Ellis.
A especialista assinalou que por enquanto todos os casos "estão relacionados com o norte da Alemanha", de modo que se acredita que a exposição à bactéria esteja "limitada a essa área".
Sobre as vias de transmissão, explicou que o contágio "pode ocorrer sem uma higiene adequada", por isso que uma medida de prevenção eficaz é lavar bem as mãos após ir ao banheiro e antes de tocar nos alimentos.
Helmut Fickenscher, diretor da Clínica Universitária de Schleswig-Holstein, em Kiel, Alemanha, mostra placas com colônias da bactéria 'E. coli' (Foto: Bodo Marks / AFP Photo)Helmut Fickenscher, diretor da Clínica Universitária de Schleswig-Holstein, em Kiel, Alemanha, mostra placas com colônias da bactéria 'E. coli' (Foto: Bodo Marks / AFP Photo)
Origem incerta
As análises de laboratório não permitem dizer que os legumes tenham originado o surto epidêmico da bactéria mortal, indicou nesta sexta-feira um laboratório de referência europeu com sede no Instituto Superior da Saúde (ISS), em Roma.
"O alarmismo relacionado ao consumo de legumes é injustificado (...) porque os exames de laboratório não permitiram sustentar a hipótese de que os legumes contaminados são a origem do surto", indica em um comunicado o Centro Europeu para o Meio Ambiente e a Saúde (Eceh, na sigla em inglês).
"As análises realizadas nas amostras de pepinos suspeitos (...) esclareceram definitivamente que não estavam contaminados" pela bactéria, segundo a mesma fonte. "As normas de higiene habituais relativas à segurança alimentar são suficientes para evitar as infecções", acrescentou o laboratório.
A bactéria mortal já deixou 19 mortos na Europa e provocou tensões comerciais dentro e fora da UE, mas sua propagação parecia ter se estabilizado nesta sexta-feira, de acordo com médicos alemães.
Mortalidade
O norte da Alemanha concentra 95% dos casos: 1.213 de E. coli Enterohemorrágica (EHEC), dos quais seis foram mortais; e 520 da Síndrome Hemolítico-Urêmica (SUH), com 11 mortes.
O número de doentes em um total de 12 países aumentou para 1.823, dos quais 18 morreram.
O EHEC tem um período de incubação médio de três a quatro dias, com a maioria de pacientes que se recuperam em 10 dias, mas em uma pequena parte dos pacientes -principalmente crianças e idosos -- a infecção pode levar ao SUH, uma doença grave que se caracteriza por causar insuficiência renal aguda.
Uma vez que aparece o SUH surge a doença em toda sua gravidade, com um risco de mortalidade entre 3% e 5%, segundo dados da OMS.
O SUH é a causa mais comum de insuficiência renal grave em crianças e pode causar complicações neurológicas até 25% de pacientes e deixar sequelas.
Em entrevista coletiva, Andrea Ellis mencionou que um aspecto incomum deste surto é o grande número de casos de SUH e também o fato de que os adultos sejam os mais afetados, quando normalmente não é o grupo de maior risco.
Além disso, comentou que o maior impacto está entre as mulheres por supostamente tenderem a consumir mais vegetais crus em saladas, e acredita-se que é ali onde está a origem da bactéria. Contudo, ela confirmou que não há certeza quando à origem da bactéria
O mais provável é que neste caso o modo de transmissão seja através dos alimentos, mas não sabemos qual. E isto também não significa que não possa ser outra coisa"
Andrea Ellis, epidemologista da OMS
"O mais provável é que neste caso o modo de transmissão seja através dos alimentos, mas não sabemos qual. E isto também não significa que não possa ser outra coisa", enfatizou, após explicar que a água, o contato com animais ou com pessoas infectadas também são outros modos conhecidos de transmissão.
De outro lado, precisou que a variante da bactéria letal que circula na Alemanha tinha sido vista já no ser humano, mas sempre de maneira esporádica e nunca em situações de epidemia.
Sobre o tratamento, indicou que a OMS desaconselha a administração de antidiarréicos e antibióticos "porque podem piorar a situação", embora "pode surgir casos particulares que os usem".
Entre as razões, acrescentou, está o fato de que os antidiarréicos desaceleram o trânsito intestinal, o que faz com que o risco de absorção da toxina liberada pelo E. coli seja maior. Questionada se este surto epidêmico é passageiro, Ellis respondeu que "é muito cedo para afirmar".