martes, 17 de abril de 2012

Acupuntura a Laser



A Acupuntura ou Acupunctura (do latim acus – agulha e punctura – colocação) é um ramo da Medicina Tradicional Chinesa e um método de tratamento considerado complementar, de acordo com a nova terminologia da OMS – Organização Mundial da Saúde.
A acupuntura consiste na aplicação de agulhas, em pontos definidos do corpo, chamados de “Pontos de Acupuntura” ou “Acupontos”, para obter efeito terapeutico em diversas condições. A tradução causa a impressão de que o terapeuta só trabalha com agulhas. Os pontos e meridianos também podem ser estimulados por outros tipos de técnicas.
A Acupuntura pelo método RYODORAKU, é uma terapia baseada em um eletrodiagnóstico que avalia a regularização do SNA (Sistema Nervoso Autonomo), e quando são detectadas alterações em determinados pontos, estes serão tratados através da Acupuntura ou da Eletroacupuntura.
Em outras palavras, quando se aplica um estímulo, esse estímulo passa pelos nervos sensoriais e chegam ao SNC (Sistema Nervoso Central), em seguida voltam através dos nervos motores e dos nervos autonomos. Os reflexos dos nervos motores não nos serão importantes, entretanto os reflexos dos nervos autonomos nos serão clinicamente muito importantes, pois serão através desses que obteremos nosso “diagnóstico”, que será a base de nosso tratamento.
O método Ryodoraku apresenta bons resultados em casos de dores musculares, ciatalgias, lombalgias, enxaquecas, cólicas, estresse, Fibromialgia e Depressão. A única contraindicação deste método é o uso de marcapasso, podendo ser utilizado com segurança em grávidas.
O uso do laser na acupuntura constitui um avanço nessa técnica da Medicina tradicional milenar Chinesa, pois além de não utilizar agulhas, proporciona ao paciente um conforto total, devido ao fato de não provocar qualquer tipo de dor ou incomodo. São inúmeras as vantagens do laser sobre as agulhas na prática da Acupuntura, a principal delas diz respeito ao receio que a maioria das pessoas tem das agulhas e por isso muitas vezes deixam de se beneficiar desta técnica.
Como a aplicação do laser nos pontos de acupuntura é completamente indolor, o paciente não acusa qualquer reação negativa durante ou após o tratamento. O tempo de aplicação com laser é de 15 a 30 minutos para a maioria dos casos; já o tratamento com agulhas, o tempo varia de 60 minutos, na maioria dos casos.
É comum o paciente apresentar melhora após a primeira aplicação com o laser, principalmente nos casos de dores articulares, da tendinite, da fratura osteoporótica, relacionados aos problemas da coluna vertebral, entre outras. Já o tratamento com agulha é mais demorado, necessitando de várias aplicações para mostrar os mesmos resultados obtidos com o laser.
Contra indicações da acupuntura a laser:
Não pode ser utilizado diretamente sobre os olhos (o médico e o paciente tem que usar óculos de proteção durante as aplicações)
Pacientes que utilizam marcapasso
Grávidas

    martes, 18 de octubre de 2011

    Imunização protege 'de forma adequada' contra a doença. No entanto, ela não é eficaz o suficiente para garantir erradicação.

    Uma vacina experimental reduziu pela metade a incidência da malária entre crianças africanas envolvidas em um teste de grande escala, e provavelmente se tornará o primeiro medicamento preventivo a ser usado contra essa doença letal.
    Os dados do estágio final do teste, divulgados nesta terça-feira (18) pelo laboratório GlaxoSmithKline, mostraram que a vacina protegia de forma adequada contra a malária, inclusive os casos graves, em bebês de 5 a 17 meses na África, onde a doença, transmitida por mosquitos, mata centenas de milhares de crianças por ano.
    'Esses dados nos deixam prestes a termos a primeira vacina mundial para a malária', disse Andrew Witty, executivo-chefe do laboratório britânico que desenvolveu a vacina em conjunto com a ONG Path -- Iniciativa da Vacina da Malária (MVI, na sigla em inglês).
    Mas Witty e outros especialistas salientaram que a vacina, conhecida como RTS,S ou Mosquirix, não levará a uma rápida erradicação da doença. Ela é menos eficaz contra a malária do que outras vacinas contra infecções comuns, como a pólio e o sarampo.
    'Desejaríamos que pudéssemos erradicar (a malária), mas acho que (a vacina) vai contribuir para controlar a malária ao invés de erradicá-la', disse à Reuters Tsiri Agbenyega, pesquisador-chefe dos testes com a RTS,S em Gana, durante uma conferência sobre a doença em Seattle.
    A malária é endêmica em mais de cem países, e matou 781 mil pessoas em 2009, segundo a Organização Mundial da Saúde.
    Medidas de controle, como o uso de mosquiteiros tratados com inseticidas, aspersões domésticas de inseticidas e o uso combinado de determinados remédios, contribuíram nos últimos anos para uma redução na incidência da doença e na mortalidade, mas especialistas dizem que é vital obter uma vacina efetiva.
    Os novos dados, apresentados na conferência do Fórum da Malária da Fundação Bill & Melinda Gates, e publicados simultaneamente na revista New England Journal of Medicine, foram os primeiros da fase 3 (estágio final) do teste clínico realizado em 11 localidades de sete países da África Subsaariana.
    O teste continua, mas os pesquisadores que analisaram os dados das primeiras 6.000 crianças concluíram que, após 12 meses de acompanhamento e três doses da RTS,S, a incidência da malária clínica diminuiu 56 por cento nas crianças, e os casos severos tiveram queda de 47 por cento.
    'Estamos muito felizes com os resultados. Nunca estivemos mais próximos de termos uma vacina bem sucedida contra a malária', disse Christian Loucq, diretor da Path-MVI, que também esteve na conferência.
    Ele acrescentou que o uso disseminado de mosquiteiros sobre as camas -- adotadas por 75 por cento dos participantes -- indicou que a RTS,S pode garantir uma proteção significativa em conjunto com outros métodos existentes de controle da doença.
    Os resultados em bebês de 6 a 12 semanas devem sair dentro de um ano e, se tudo correr bem, a GSK acredita que a vacina chegaria ao mercado em 2015.
    PREÇO DE CUSTO
    Mas levar o produto até as crianças africanas exigirá um esforço concentrado por parte dos financiadores internacionais, como a Fundação Gates, que bancou parte da pesquisa. Especialistas dizem que, para ser viável, a vacina precisará ser barata.
    Gates disse que os resultados foram um 'grande marco' na luta contra a malária.
    Witty recusou-se a dizer se o tratamento com três injeções poderá sair a menos de dez dólares, mas afirmou que a RTS,S será oferecida ao menor custo possível.
    A empresa havia dito anteriormente que cobraria apenas o preço de custo, mais um adicional de 5 por cento a ser reinvestido em pesquisas com doenças tropicais. 'Não vamos ganhar nenhum dinheiro com este projeto', disse Witty.
    Mesmo assim, as ações da Agenus, pequena parceira norte-americana de biotecnologia da GSK que fabrica um componente da vacina, tiveram alta de 40 por cento depois da divulgação dos resultados positivos.
    A malária é causada por um parasita transmitido pela saliva dos mosquitos. A vacina RTS,S é acionada quando o parasita entra na corrente sanguínea humana, depois da picada do mosquito. Ao estimular uma reação imunológica, ela pode evitar que o parasita amadureça e se multiplique no fígado.
    Sem essa reação imunológica, o parasita volta para a corrente sanguínea e contamina os glóbulos vermelhos, causando febre, dores no corpo e eventualmente a morte.
    Joe Cohen, um dos inventores da RTS,S, disse que os dados são robustos e consistentes com testes anteriores, que também mostraram uma eficácia em torno de 50 por cento. Os efeitos colaterais, incluindo febre e inchaço na área da injeção, foram semelhantes em crianças que receberam a RTS,S e um placebo.
    Cohen, que há 24 anos desenvolve essa vacina, se disse 'muito orgulhoso do que conseguimos.'
    Alguns comentaristas externos foram cautelosos sobre o potencial da vacina -- os sanitaristas geralmente esperam que uma vacina tenha eficácia superior a 80 por cento --, mas disseram que se trata de uma invenção importante, que deve salvar muitas vidas.
    'Provavelmente ainda não chegamos lá, mas é realmente um avanço importante nas ciências', disse à Reuters em Seattle Peter Agre, diretor do Instituto Johns Hopkins de Pesquisa da Malária e ganhador do Prêmio Nobel (2003).
    Em artigo na revista New England Journal of Medicine, Nicholas White, da Universidade Mahidol, da Tailândia, afirmou que 'está ficando cada vez mais claro que de fato temos a primeira vacina efetiva contra uma doença parasitária em humanos.

    miércoles, 31 de agosto de 2011

    Cientistas identificam genes da 'magreza'


    A pesquisa demonstrou que pessoas com cópias excedentes de certos genes são mais propensas a serem magras demais.
    PARIS - Cientistas descobriram a causa genética da magreza extrema, o que pode ativar, em crianças, a chamada síndrome da falha de desenvolvimento ("failure to thrive", em inglês), segundo um estudo que será publicado na edição desta quinta-feira da revista científica Nature.
    A pesquisa demonstrou que pessoas com cópias excedentes de certos genes são mais propensas a serem magras demais. Segundo os cientistas, uma em cada duas mil pessoas tem parte do cromossomo duplicado, tornando homens 23 vezes e mulheres 5 vezes mais propensos a estarem seriamente abaixo do peso.
    Normalmente, um indivíduo herda uma cópia de cada cromossomo do pai e da mãe, resultando em um par de cada gene.
    Mas às vezes, seções de um cromossomo são copiadas ou apagadas, resultando em segmentos a mais ou a menos do código genético.
    "Em muitos casos, as cópias e apagamentos não produzem qualquer efeito, mas ocasionalmente podem gerar doenças", explicou Philippe Froguel, professor da Escola de Saúde Pública do Imperial College, em Londres.
    No estudo, Froguel e seus colegas examinaram o DNA de cerca de 95 mil pessoas, em busca de padrões vinculados à magreza extrema.
    Eles descobriram que a duplicação de uma parte do cromossomo 16, contendo mais de duas dúzias de genes, é fortemente associada ao peso abaixo do normal, definido como índice de massa corporal (IMC) abaixo de 18,5.
    A faixa de normalidade do IMC varia entre 18,5 e 25. Indivíduos com IMC entre 25 e 30 são considerados com "sobrepeso" e acima de 30, "obesos".
    Metade de todas as crianças estudadas com este excedente genético foi diagnosticada com falha de desenvolvimento, o que significa que elas não ganharam peso em uma taxa normal à medida que cresceram.
    Um quarto dos indivíduos com genes extra teve microcefalia, uma condição na qual a cabeça e o cérebro são anormalmente pequenos, e que é associada a deficiências neurológicas e a uma expectativa de vida mais curta.
    No ano passado, a mesma equipe de cientistas descobriu que pessoas com a ausência de uma cópia destes genes eram 43 vezes mais propensas a serem obesas mórbidas.
    "Uma razão (pela qual a nova descoberta) é importante é que ela demonstra que a falha de desenvolvimento na infância pode ter causas genéticas. Se uma criança não se alimenta, não necessariamente é por culpa dos pais", afirmou Froguel em um comunicado.
    Em algumas crianças com o problema, especialmente meninos, indivíduos com quatro anos não pesavam mais do que uma criança normal de um ano e meio, declarou à AFP por telefone.
    Froguel disse suspeitar que alguns pais e mães com filhos severamente abaixo do peso sejam acusados, erradamente, de negligência ou abuso quando, na verdade, a condição se deveu amplamente a uma falha genética.
    Pesquisas anteriores já tinham identificado um grande número de falhas genéticas que levam à obesidade, mas esta foi a primeira a detectar uma causa genética para a magreza, afirmou.
    "Também é o primeiro exemplo de efeitos colaterais do apagamento e da duplicação de uma parte do genoma", acrescentou Froguel.
    "Até o momento, nós não sabemos nada sobre os genes nesta região. Se pudermos descobrir porque a duplicação genética nesta região causa magreza, isto pode gerar novos tratamentos possíveis para a obesidade e distúrbios do apetite", emendou.
    O próximo passo, afirmou, é sequenciar os genes para descobrir quais estão envolvidos na regulação do apetite.
    A parte do cromossomo 16 identificado no estudo contém 28 genes. As duplicações nesta região foram, anteriormente, associadas à esquizofrenia, e os apagamentos, ao autismo.

    martes, 30 de agosto de 2011

    Somos capazes de prever o futuro


    Estudo sobre a capacidade do cérebro de fazer previsões em curto espaço de tempo pode ajudar no combate ao Alzheimer

    Cientistas da Universidade de Washington divulgaram nesta semana os resultados de um estudo sobre a capacidade do cérebro de prever o futuro em um breve espaço de tempo. Essa área, que havia sido pouco explorada em pesquisas até agora, mostrou que nós temos capacidade de antecipar eventos antes deles acontecerem.
    Editora Globo
    Nosso cérebro tem grande capacidade de prever o futuro quando se apresentam situações cotidianas// Crédito: Jens Langner/Wikimedia
    Jeffrey Zacks, professor de psicologia da Universidade de Washington e principal profissional à frente do estudo, garante: “Eu posso prever o futuro. E você também. E não se trata de uma percepção extra-sensorial. Trata-se apenas de usar as informações que estão na nossa frente para prever o que acontece o tempo todo. É tão natural que nem percebemos. Mas de tempos em tempos nós erramos, e nesse estudo descobrimos que errar é um elemento fundamental no nosso fluxo de consciência”.

    Para fazer o teste, os pesquisadores juntaram voluntários para assistirem filmes de cenas cotidianas, como pessoas lavando o carro ou as roupas. A cena era parada no meio e os entrevistados tinham que prever o que aconteceria. E 90% deles acertaram. Agora, quando o filme apresentou uma cena completamente nova e diferente e as pessoas tiveram que prever o que aconteceria dali pra frente, a taxa de erro foi de 80%.

    Os pesquisadores acompanharam a atividade cerebral das pessoas durante o teste por meio de ressonância magnética. Eles acreditam que as partes do cérebro envolvidas nas previsões, quando estão com um funcionamento não adequado, podem causar problemas na memória e no ato de entender as coisas que se passam ao redor. Por isso, Zacks e sua equipe acham que os resultados podem ajudar nas pesquisas sobre Alzheimer e outras doenças neurológicas.

    Gripe, dengue e até aids: nova droga promete curar praticamente todas as infecções virais

    Pesquisadores do MIT desenvolvem medicamento que age contra algo comum a todos os vírus que atacam células humanas: uma fita dupla de RNA. Embora promissora, a abordagem ainda passará por inúmeros testes
    Tatiana Gerasimenko
    Nova droga conseguiu curar ratos infectados com vírus H1N1
    Nova droga conseguiu curar ratos infectados com vírus H1N1 (Thinkstock)
    "Demonstramos que a DRACO pode curar ratos que receberam uma dose letal de influenza e agora estamos testando outras viroses com bons resultados. Ela também deve funcionar contra o HIV e o vírus da hepatite." — Todd Rider, pesquisador do MIT
    Poucos medicamentos funcionam contra os vírus. Osantivirais têm uma ação mais limitada do que antibióticose antifúngicos e não agem sobre todos os tipos de infecções. Na maioria das vezes, limitam-se a impedir que os vírus consigam se reproduzir. Mas pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos, acreditam ter dado um passo além: eles criaram uma droga, DRACO (sigla para Double-stranded RNA Activated Caspase Oligomerizers), capaz de identificar as células infectadas e matá-las, dando fim à infecção. A pesquisa, publicada no periódico científico especializado PLoS One, pode representar o fim de doenças como a gripe, dengue, hepatite C e até da aids.
    Os pesquisadores testaram a droga em culturas de células de humanos e ratos infestadas por quinze tipos de viroses. A abordagem se mostrou eficaz em todos os casos — incluindo os altamente resistentes rinovírus (responsáveis por resfriados), influenza H1N1, vírus da pólio, vírus da dengue e outros tipos responsáveis por perigosas febres hemorrágicas. A equipe também conduziu testes com camundongos e obteve sucesso. 

    Glossário


    1. Antibiótico - Antibióticos são medicamentos usados para tratar infecções causadas por bactérias e outros micro-organismos. Originalmente, foram desenvolvidos com base em substâncias produzidas por organismos vivos que conseguiam inibir o crescimento de outros organismos. Atualmente a sua produção é sintética, ou seja, produzida em laboratório para imitar a estrutura bioquímica de antibióticos naturais. Eles atuam corrompendo certas estruturas da bactéria (parede celular, membrana plasmática) ou interferindo em processos fundamentais para o seu funcionamento (produção de proteínas, reprodução) – sem, no entanto, afetar as células do corpo. Mutações no código genético de bactérias podem torná-las resistentes a essas drogas. 
    2. Antiviral - Vírus funcionam de forma muito diferente de outros organismos: para se reproduzirem, dependem do aparato de outros seres, pois são acelulares, constituídos basicamente por uma cápsula proteica e material genético. Parasitas obrigatórios, conseguem se reproduzir apenas invadindo e controlando os processos de uma célula hospedeira. Por essa razão, antivirais atuam sobre as estruturas celulares usadas pelo vírus para se replicar, matando a célula. 
    3. Apoptose – É conhecida como 'suicídio celular'. Ocorre de uma forma ordenada em todos os organismos para que a renovação celular ocorra, mas também como resposta a uma ameaça - seja uma infecção ou lesão do material genético. Para o corpo, é melhor que uma célula morra do que muitas células sejam corrompidas.
    4. Caspases – Proteínas responsáveis pelo processo de apoptose. Ficam dentro da célula de forma inativa e, ao se ligarem a determinadas enzimas, ativam outras caspases para bloquear mecanismos intracelulares fundamentais ao funcionamento da célula. Diante de uma ameaça, induzem a apoptose. 
    5. RNA – Molécula conhecida como ácido ribonucleico, que consiste em uma longa fita composta  por nucleotídeos. Está envolvida na transmissão do código genético, responsável pela produção de proteínas e manutenção de todos os processos do organismo. Em alguns seres, o DNA (ácido desoxirribonucleico) produz o RNA, que, por sua vez, faz a proteína. Mas muitos vírus, como o influenza e o vírus da hepatite C, são formados apenas por RNA.
    6. dsRNA – Longa fita dupla de RNA, parecido com o DNA. Forma o material genético de alguns vírus, ocupando o lugar do RNA fita simples. Se o vírus já não for formado por esse tipo de material, o dsRNA será feito com ajuda da célula hospedeira. 
    "Para os primeiros ensaios com animais, desejávamos escolher um vírus comum em humanos que seria letal em camundongos, por isso usamos o influenza H1N1", explica o cientista Todd Rider, do Laboratório Lincoln, do MIT, responsável pelo trabalho. "Demonstramos que a DRACO pode curar ratos que receberam uma dose letal de influenza e agora estamos testando outras viroses com bons resultados. A DRACO deve também funcionar contra o HIV e o vírus da hepatite, mas estamos fazendo mais testes para demonstrar isso."
    Resistência — Antibióticos agem interferindo em processos que impedem as bactérias de se reproduzirem, mas não matam as células humanas. Em infecções virais, no entanto, essa tarefa é muito difícil: vírus se multiplicam injetando seu material genético dentro das células hospedeiras. A única forma de lutar contra eles é impedir a ação de algumas proteínas que estimulam o processo, na maioria das vezes causando a morte da célula infectada. Nem sempre, no entanto, drogas conseguem 'localizar' as células com material genético viral antes que a infecção se espalhe. Além disso, vírus podem sofrer mutações com grande frequência, aumentando sua resistência aos medicamentos. 
    "Há poucos medicamentos antivirais no momento, e os que existem geralmente se ligam a uma parte específica do vírus para bloqueá-lo", diz Rider. O pesquisador explica que, como esses medicamentos existentes são feitos 'sob medida', basta que o vírus sofra ligeiras mutações para se tornar resistente à droga.
    Alvo — Para superar o problema, a equipe do MIT usou como alvo algo comum a todos os vírus que atacam células humanas: uma fita dupla de RNA (dsRNA — veja o glossário), constituído pelo material genético do agente infeccioso que será copiado em ambiente intracelular para a produção de um novo vírus. "A droga provoca a morte imediata de qualquer célula infectada que contenha o dsRNA viral, então deve ser bem mais difícil para o vírus ganhar resistência à droga", afirma Rider. 
    Geralmente, algumas proteínas do corpo disparam mecanismos de alerta tão logo o processo de replicação viral seja identificado pelo organismo. Isso aciona o sistema imunológico. Contudo, nem sempre a resposta do corpo é ágil o suficiente para matar a célula infectada antes que novos vírus, replicados, infestem outras células. Para tornar o contra-ataque mais eficaz, os pesquisadores combinaram uma proteína que se liga ao dsRNA com outra proteína que induz rapidamente um processo conhecido comoapoptose, a autodestruição da célula. Resultado: o código genético viral não é passado adiante. "Isso evita que o vírus se espalhe, causando menos mortes celulares do que a infecção", diz Rider. (continue lendo a reportagem)

    Veja como funciona o antiviral criado pela equipe do MIT:
    Os experimentos realizados mostraram que a nova droga não é tóxica em onze diferentes tipos de células – incluindo células humanas do coração, rins, pulmão, fígado e coração e de ratos. Não encontrando infecção viral ao penetrar na célula do corpo, o medicamento não age. Entretanto, se encontrar o dsRNA do vírus, imediatamente leva ao "suicídio" da célula infectada. 
    Embora promissora, a abordagem ainda passará por inúmeros testes. "São necessários muitos anos para a realização de ensaios animais antes que testes com humanos comecem. Continuamos os experimentos com ratos e esperamos licenciar esta tecnologia com companhias farmacêuticas que possam conduzir ensaios com animais maiores, incluindo macacos. Se a droga for segura e eficaz em todos os animais dos ensaios, empresas farmacêuticas conduzirão testes clínicos com pessoas." 
    Ricardo Diaz, professor associado do Departamento de Infectologia da Escola Paulista de Medicina, é cauteloso ao avaliar a extensão das aplicações da nova droga. "O que esse novo trabalho fez foi desenvolver uma estratégia que detecta e ao mesmo tempo ativa a caspase – que é a enzima responsável por acionar o mecanismo de apoptose, e isso é genial", diz ele. "Mas em alguns casos, essa abordagem pode ser um pouco mais complicada: por exemplo, muitas células infectadas pelo HIV (vírus da aids) entram em latência, e isso impediria a detecção do vírus por esta estratégia."

    Entrevista

    Todd Rider, pesquisador do MIT
    Em entrevista do site de VEJA, Rider explica como funciona a nova droga:

    Como a DRACO funciona? A DRACO penetra nas células do corpo. Se não encontra nenhuma infecção viral, não faz nada. Contudo, se encontra dsRNA viral, imediatamente faz com que a célula infectada cometa 'suicídio'. 
    Por que usaram o vírus influenza nas experiências? Demonstramos que a DRACO funciona contra todas as quinze viroses testadas em células humanas e animais, incluindo todas provenientes do vírus da gripe comum (rinovírus) e o vírus da dengue hemorrágica. Para os primeiros ensaios com animais, desejávamos escolher um vírus comum em humanos que seria letal em ratos, por isso usamos o influenza H1N1 e demonstramos que a DRACO pode curar ratos que tinham recebido uma dose letal de influenza. Agora estamos testando outras viroses em ratos e tendo bons resultados também.
    Esse medicamento tem o potencial de combater qualquer tipo de vírus, incluindo o HIV e vírus da hepatite C? Em princípio, a DRACO deve funcionar contra todas as viroses, e de fato funcionou contra todas as quinze viroses testadas até agora. O medicamento deve também funcionar contra o HIV e o vírus da hepatite, mas estamos fazendo mais testes para demonstrar isso.
    Todas as células infectadas por todos os tipos de viroses podem ser detectadas pela DRACO? Até onde eu sei, todas as viroses produzem RNA dupla fita (dsRNA) - e células humanas saudáveis não. A DRACO reconhece células que contenham o dsRNA viral e provoca a morte imediata essas células, pondo fim à infecção. Assim, deve ser eficaz contra todos os vírus. 
    Os vírus poderiam se tornar resistentes ao medicamento no futuro? Há poucas drogas antivirais no momento, e as que existem geralmente se ligam a uma parte específica do vírus para bloqueá-lo. Porque essas drogas existentes são muito específicas, é fácil para o vírus sofrer mutações e mudar ligeiramente a forma de suas partes de forma que a droga não mais se ligue a eles, fazendo com que esses vírus se tornem resistentes. Já a DRACO provoca a morte imediata de qualquer célula infectada que contenha o dsRNA viral, então deve ser bem mais difícil para os vírus ganhar resistência à DRACO.
    Este medicamento poderia ter um impacto negativo no corpo se muitas células estiverem infectadas? A maioria das viroses mata as células hospedeiras infectadas e vai para outra célula. A DRACO mata aquelas inicialmente infectadas para parar a infecção e evitar que o vírus se espalhe para outras células. Por isso deve causar menos morte celular do que a infecção viral. Em nossos experimentos, a DRACO se mostrou não tóxica em onze diferentes tipos de células (incluindo humanas, do coração, pulmão, fígado, rim e outras) e em ratos. 
    Há planos de realizar testes com humanos? Muitos anos são necessários para a realização de ensaios animais antes que testes com humanos comecem. Continuamos os experimentos com ratos e esperamos licenciar esta tecnologia com companhias farmacêuticas que possam conduzir ensaios com animais maiores, incluindo macacos. Se a DRACO for segura e eficaz em todos os animais dos ensaios, empresas farmacêuticas conduzirão testes clínicos com pessoas.

    miércoles, 24 de agosto de 2011

    Inicio de un nuevo ensayo de una candidata a vacuna para TB en personas con VIH

    Aeras, Fundación Mundial para una Vacuna de la Tuberculosis, y el Consorcio Oxford para la Tuberculosis Emergente (OETC en sus siglas en inglés) han anunciado hoy el inicio de un ensayo de Fase IIb para probar la eficacia de una nueva candidata a vacuna para la tuberculosis (TB). Se trata de la primera prueba de concepto de la MVA85A en personas con VIH y sus resultados ofrecerán información importante acerca de la seguridad, inmunogenicidad y eficacia de esta vacuna.

    La tuberculosis es la principal causa de mortalidad en personas con VIH y la segunda causa de mortalidad por enfermedad infecciosa en todo el mundo: solo en 2009 murieron 1,7 millones de personas a causa de la TB, de las cuales 380.000 eran VIH positivas. Un tercio de la población mundial vive con el bacilo que causa la TB.

    El ensayo contará con la participación de 1.400 personas con VIH de edades comprendidas entre 18 y 50 años. El Consejo de Investigación del Reino Unido en Gambia, Aeras y la Universidad de Oxford liderarán este ensayo, conducido en dos centros de la Universidad de Cape (UCT) del Instituto de Enfermedades Infecciosas y Medicina Molecular, en Khayelitsha, Sudáfrica, y del Laboratorio de bacteriología-virología del Centro Hospitalario Universitario Aristide Le Dantec, en Dakar, Senegal.

    El ensayo está promovido por Aeras y recibe una parte importante de financiación de la EDCTP, organismo europeo que apoya iniciativas multicéntricas que combinan ensayos clínicos, desarrollo de capacidades y creación de redes.

    Una vacuna para un futuro sin tuberculosis
    El Presidente y Director Ejecutivo de Aeras, Jim Conolly, destaca que “una nueva y más efectiva vacuna para la TB cambiaría el rumbo de los esfuerzos internacionales para eliminar la TB en todo el mundo para 2050” y añade que “los estudios previos han mostrado que esta nueva prometedora vacuna tiene un perfil de seguridad aceptable y estimula una respuesta inmunológica fuerte en personas con VIH”.

    Por su parte, Michael Cashman, miembro del Parlamento Europeo, afirma que “los ensayos clínicos de nuevas vacunas para la tuberculosis deben ser una prioridad urgente en nuestra agenda, dado que hay demasiadas pérdidas de vidas humanas como consecuencia de la TB” y aplaude los esfuerzos en la respuesta de Estados miembros de la Unión Europea.

    Los primeros resultados del ensayo empezarán a conocerse en los próximos años, por lo que es fundamental seguir apoyando la I+D en herramientas de salud seguras, eficaces y accesibles para combatir la TB. Solo así mejoraremos la respuesta de una enfermedad que se lleva tras de sí demasiadas vidas humanas.